Café: Excedente hídrico até dezembro deve corrigir parte dos déficits acumulados ao longo do ano 

Apesar das incertezas climáticas naturais do período e dos déficits de precipitações observados ao longo deste ano, o cenário projetado até o final de dezembro é favorável ao desenvolvimento dos cultivos de café nas principais áreas produtoras no país, conforme as últimas previsões da Ampere Consultoria. 

“Não há sinal de condições adversas significativas que possam reduzir o potencial produtivo da safra 2026”, avalia a agrometeorologista da consultoria, Amanda Balbino.  
Essa previsão demonstra uma melhora em relação às condições observadas ao longo deste ano. De maneira geral, os dez primeiros meses foram marcados por déficit hídrico nas áreas produtoras de café arábica, especialmente no Sul de Minas e norte de São Paulo.  

“Os déficits acumulados variaram entre 370 e 700 mm, o que representa apenas 60% a 70% da chuva esperada e, em alguns locais, menos de 50%. Esse cenário aumentou a sensibilidade das plantas à disponibilidade de água para a florada”, explica Amanda. 

Neste mês, no entanto, as chuvas voltaram a ocorrer de forma recorrente nas regiões produtoras tanto de arábica (Sul de Minas Gerais e Mogiana) como de robusta (Espírito Santo). Essas precipitações serão fundamentais para a fixação da florada, garantindo melhor pegamento e desenvolvimento dos chumbinhos. “O excedente hídrico deve corrigir uma parte dos déficits acumulados ao longo do ano”, resume a especialista. 

As temperaturas mais amenas neste mês também favorecem os cultivos, na medida em que reduzem o risco de abortamento das flores, favorecendo a consolidação da florada. 
Quanto ao mês de dezembro, as previsões indicam condições mais incertas sobre o Sul de Minas e norte de São Paulo: a segunda quinzena do mês tende a ser menos chuvosa, com volumes abaixo da média, mas, por enquanto, não há indicativo de estiagens prolongadas.  

O acompanhamento constante das previsões do tempo é essencial para entender cenários de mudança da chuva e identificar possíveis janelas de tempo mais seco. Essa prática permite ajustar o manejo no campo com mais precisão e reduzir os riscos para a lavoura.  

Informações: Assessoria Ampere Consultoria